A endometriose é uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo e pode ter um impacto significativo na fertilidade. No Mês das Mulheres, a obstetra Dra. Carla Iaconelli, especialista em medicina reprodutiva, alerta sobre os sinais da doença, seus riscos e estratégias para quem deseja engravidar no futuro.

Dra. Carla explica que a endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio (que reveste o útero) cresce fora do órgão, afetando ovários, trompas e outros órgãos da pelve. Essa condição pode causar dor intensa, alterações menstruais e, em muitos casos, dificuldades para engravidar.
Além da endometriose, outras condições também podem impactar a fertilidade:
• Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): Um distúrbio hormonal que pode causar ciclos irregulares, ovulação irregular ou ausente e resistência à insulina.
• Insuficiência Ovariana Prematura (IOP): Perda da função ovariana antes dos 40 anos, reduzindo significativamente a produção de óvulos.
• Miomas Uterinos: Tumores benignos que podem dificultar a implantação do embrião e causar abortos espontâneos.
• Doença Inflamatória Pélvica (DIP): Infecções que podem levar a cicatrizes nas trompas de falópio e dificultar a fertilização.
• Hiperprolactinemia: Excesso do hormônio prolactina, que pode inibir a ovulação e impactar a fertilidade.
“É fundamental reconhecer os sintomas da endometriose e de outras condições para um diagnóstico precoce. Alguns sinais incluem: Cólicas menstruais intensas e progressivas. Dores pélvicas crônicas. Sangramento irregular, dor durante ou após relações sexuais.
“Essas condições podem comprometer a fertilidade ao causar: Obstrução das trompas de falópio, inflamação crônica no sistema reprodutivo, alteração na qualidade dos óvulos, além disso, mulheres com essas doenças têm maior risco de falhas na implantação do embrião e abortos espontâneos”, ressalta a médica.
1. Diagnóstico precoce: Consultas regulares com um ginecologista são essenciais.
2. Tratamento personalizado: Existem diferentes abordagens, como medicamentos hormonais e cirurgia minimamente invasiva.
3. Congelamento de óvulos: Para mulheres que ainda não planejam engravidar, o congelamento de óvulos pode preservar a fertilidade.
4. Mudanças no estilo de vida: Alimentação equilibrada, prática de exercícios e controle do estresse podem ajudar no manejo da doença.
5. Acompanhamento com especialistas: Contar com médicos especializados em reprodução humana faz toda a diferença no tratamento.
Para finalizar uma mensagem da especialista. “A endometriose e outras doenças femininas não precisam ser uma barreira intransponível para a maternidade. Com conhecimento, planejamento e acompanhamento adequado, é possível encontrar soluções e realizar o sonho de ser mãe. Se você suspeita de alguma dessas condições ou tem dúvidas sobre sua fertilidade, busque orientação médica e cuide da sua saúde reprodutiva”.